Flávio Gurgel Rocha, nascido
em 14 de fevereiro de 1958, natural de Recife-PE, filho de Nevaldo Rocha de
Oliveira e de Eliete Gurgel Rocha. Casado e pai de quatro filhos, é Presidente
do Conselho de Administração do Grupo Guararapes, que integra a Rede de Lojas
Riachuelo, Confecções Guararapes, Midway Financeira, Transportadora Casa Verde
e Shopping Midway Mall. O conglomerado é um dos 15 maiores empregadores do
País, com 40 mil colaboradores.
Com poucos meses de
vida, mudou-se para Natal. O pai, Nevaldo Rocha, já vivia entre negócios de
industrial e comerciante, entre as capitais pernambucana e potiguar. O motivo
da mudança do Recife para Natal foi buscar melhores condições de implementação
da operação industrial. Assim, aos 8 anos, Flávio veio com a família para São
Paulo. “A indústria vendia para o Brasil todo e tudo acontecia em São Paulo”,
disse ele.
Rocha lembra de sua chegada
ao colégio Dante Alighieri e do preconceito em relação ao seu sotaque. Tímido,
costumava ter as melhores notas da sala e não gostava de ser superado nos
boletins. Estudou Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas.
Pouco menos de um ano
antes de completar o curso na FGV, Flávio largou a faculdade para se dedicar ao
trabalho no grupo da família. Algo de que ele se arrepende até hoje. “Apesar de
alguns exemplos de gente que se fez fora da universidade, como Steve Jobs e
Mark Zuckerberg, o embasamento acadêmico é fundamental.” O empresário fez
cursos de extensão, especialmente na Harvard Business School.
Ele é casado com Anna
Cláudia, desde 1990, e pai de quatro filhos – o mais velho de um relacionamento
anterior. Cristão, frequenta a igreja Sara Nossa Terra junto com a esposa. É um
defensor dos valores familiares.
O EMPRESÁRIO
O EMORESÁRIO A atuação
desde cedo no Grupo Guararapes foi um dos motivos de ter deixado a faculdade
antes do término do curso. “Eu me envolvi precocemente com o trabalho, e quando
você acaba dedicando mais tempo a ele, a vida real parece muito mais
fascinante.” Era a época da Pool (marca de jeans própria) e esse trabalho o
obrigava a ter constantes viagens e faltar às aulas.
Um dos grandes projetos
da Pool foi o patrocínio ao piloto Ayrton Senna na F-3. Flávio conta que em
1982, Senna chegou a seu escritório cabisbaixo, junto com Armando Botelho, seu
empresário. O dinheiro do pai para mantê-lo na Inglaterra havia acabado. “Ele
realmente já tinha traços de genialidade e estava para assinar o contrato com
uma escuderia inglesa de Fórmula 3. Dizia com certeza que ia ser campeão
mundial de Fórmula 1”. O patrocínio foi fechado em parceria com o Banerj. O
banco, porém, teria quebrado o contrato no meio do caminho, o que obrigou a Pool
a fazer um outro aporte. “Àquela altura, já tinha percebido que automobilismo
era um grande negócio: a Pool já era top of mind, fazia três minutos de
publicidade no Fantástico todas as semanas.”
A experiência da Pool
era uma amostra do envolvimento do filho mais velho de Nevaldo Rocha com o
trabalho. A partir dos 14 anos, Flávio já saía das aulas do Dante direto para
uma salinha na sede do grupo em São Paulo. O grupo mantinha uma fábrica em
Mossoró, no Rio Grande do Norte. No varejo, a operação era realizada com as
lojas Super G, de Guararapes. Esta rede foi uma das pioneiras no sistema de
franquias e chegou a 300 lojas no País.
Paralelamente, o Grupo
Guararapes já havia adquirido as lojas Riachuelo. O objetivo da companhia era
transformar a Riachuelo em um canal de escoamento da produção industrial. Na
média, as lojas tinham no máximo 300 metros quadrados. Flávio Rocha diz que as
lojas cresceram consideravelmente com os adventos dos shoppings e passaram a
até 2 mil metros quadrados. “O legado que a minha geração recebeu foi uma
belíssima operação têxtil, a maior confecção do Brasil, acoplada à operação de
tecelagem propriamente dita, a Guararapes, além da rede Riachuelo, que já
estava em todas as regiões, e mais tarde da área financeira.”
Flávio fundou e presidiu
o IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo) e atualmente é conselheiro da
instituição. Já foi eleito melhor CEO do Varejo pela Forbes Brasil,
Empreendedor do Ano pela revista Dinheiro e um os 100 mais Influentes do País
(Forbes e Época). Igualmente fez parte da lista dos 500 mais influentes da
indústria da Moda mundial da publicação BoF (Business of Fashion). Em 2018,
Flávio Rocha foi homenageado pela revista Consumidor Moderno e recebeu o prêmio
de melhor CEO do ano, pela sua atuação à frente da Riachuelo.
CARREIRA POLÍTICA
Entre a juventude e o
auge como CEO do Grupo Guararapes, Flávio Rocha teve uma carreira como
político. Foram duas legislaturas (1986-1995) como deputado federal e membro da
Assembleia Nacional Constituinte – sua grande motivação para a entrada na
política. Desde a juventude, sempre teve inclinações liberais. Foi defensor da
emenda constitucional do Imposto Único. Rocha chegou a lançar a candidatura a
Presidente da República em 1994. Porém, seu partido optou por apoiar Fernando Henrique
Cardoso. Foi pré-candidato a Presidência da República nas eleições de 2018, mas
após colocar o pé na estrada Brasil afora, acabou por declinar da disputa por
entender que a Presidência não era um projeto pessoal, mas um meio para
defender uma concepção de um país livre e democrático. Neste mesmo período
fundou o Movimento Brasil 200, com foco na discussão e apresentação de ideias e
projetos para o país visando a comemoração do bi-centenário de nossa.
OPINIÕES
Ligado a ideias liberais
no campo econômico, Flávio afirma que os empresários precisam se posicionar e
“sair da moita”. Não necessariamente, segundo ele, um empresário precisa entrar
na política. Mas tem de defender interesses de uma economia livre de
burocracias e competitiva tanto para empregadores, quanto a empregados.
Admirador de Roberto
Campos, Rocha é um crítico do Estado inchado e tutor da sociedade. Defende
ardorosamente o livre mercado, a Democracia e reformas no Estado. Ele costuma
repetir uma frase do próprio Roberto Campos para definir a Constituição de
1988: “Nós não promulgamos uma Constituição, estamos aqui homologando um
catálogo de aspirações”.
Na relação
Estado-empresas, o empresário faz questão de se distanciar de exemplos como
Marcelo Odebrecht ou Eike Batista. “Sou um empresário de mercado. É outra
estirpe, outro padrão moral, outro sistema de incentivos, de estímulos. O
empresário de conluio é uma deformação.”
FONTE – PERFIL DO FLÁVIO ROCHA
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